terça-feira, outubro 31, 2006

Deftones - Saturday Night Wrist


Esse é o quinto álbum dessa banda californiana, que tenta se livrar da pecha de nu-metal mais uma vez. Desde sua estréia em 1995, com o álbum Adrenaline, o Deftones busca se diferenciar de bandas como Korn, Linkin Park e Limp Bizkit. Usando de diversos elementos eletrônicos, de arranjos mais melodiosos e, principalmente, da versatilidade de seu vocalista , Chino Moreno(que dizem ser meu cover), eles buscam um som mais complexo e diverso que suas bandas "irmãs". Esse álbum, que está sendo lançado exatamente hoje, traz claramente todas essas experimentações e é uma continuação do último álbum auto-entitulado Deftones. Chino Moreno é, sem dúvida, o pilar da banda se desdobrando em todas as canções e ditando o ambiente de cada música. Ele sussura, esguela, usa de efeitos e sobreposições, e se mantêm sempre a frente de toda a guitarrada da banda. Ele conta ainda com as participações de Serj Tankian do System Of A Down e Annie Hardy do Giant Drag em algumas das canções. O fato é que, apesar de ainda ter um som bem pesado e direto, a sonoridade geral da banda é bastante rica e bem trabalhada. Estão abertos à experimentações, e têm material humano pra isso. Com tudo isso, se afastam do público estritamente metal e passam a buscar um novo público, mais aberto e curioso. Ainda não atingiram seu melhor, mas estão caminhando pra isso nesse bom álbum.
Confira, aqui.

The Delgados - The Complete BBC Peel Sessions


Apesar de não serem tão famosos como seus conterrâneos de Glasgow, Mogwai, Belle & Sebastian ou Fraz Ferdinand, o povo dessa banda é um dos grandes responsáveis pelo surgimento da cena indie/rock local. Como responsáveis pelo selo Chemikal Underground, eles lançaram diversas bandas que hoje são mais hypadas que eles mesmos, como o próprio Mogwai, Bis e Arab Strap. Porém, um dos maiores fãs da banda, desde o início, era o radialista da BBC de Londres, John Peel, que produzia em seus programas, apresentações com diversas bandas. Esse álbum, marca exatamente um ciclo dessas apresentações, uma vez que mostra toda a evolução dessa banda, e foi uma das últimas sessões antes da morte de John Peel. As músicas deste álbum vêm em ordem cronológica, começando com as do primeiro disco de 1996, Domestiques, com influências claras de Pavement e Breeders, ao seu último álbum de 2004, Universal Audio, já bem mais trabalhado e direcionamento bem mais suave. Essa apresentação também inclui várias covers, com destaques para California Über Alles do Dead Kennedys e Matthew and Son de Cat Stevens. O som é bastante cativante, principalmente pela bela voz da vocalista Emma Pollock e pela espontaneidade das músicas que fluem naturalmente, mesmo com acréscimo de diversos instrumentos com o passar do tempo. Mais um da série "gostosinho de ouvir".
Para conferir, clique aqui.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Asobi Seksu - Citrus


Banda de Nova Iorque, cujo nome em japonês significa "sexo divertido", lançou seu segundo álbum este ano. Liderados pela vocalista Yuki Chikudate, como uma voz delicada e marcante, e vocais em japonês e inglês, a banda faz um som bastante marcado pelas guitarras de James Hanna e uma cozinha bem consistente. Com isso, as músicas de influência do noise rock e indie (Pixies e Jesus and Mary Chain), têm uma ambiência poderosa e barulhenta. A vocalista, envolvida nesse mar sonoro, é bastante versátil e consegue se sobressair, seja sussurando, aumentando o tom de forma sútil ou usando de efeitos eletrônicos. O som, na verdade, é de certa forma contrastante, dado os poderosos arranjos "noise" das guitarras e a suavidade da voz da garota. Mas é bem gostosinho e divertido de se ouvir.

Para conferir, clique aqui.

Lcd Soundsystem - 45:33 Nike+ Original Run



Esse é um projeto da Nike, que cada vez mais tenta envolver a juventude numa vida saudável(!).HAHAHA. Claro que objetivo é vender cada vez mais. Porém, dessa vez ela acaba por patrocinar uma das bandas mais hypadas e competentes do pop-dance atual.Acertou! O Lcd Soundsystem fez desse projeto, praticamente, um novo álbum disfarçado em um remix de 45 minutos. Supostamente uma música feita para acompanhar uma corrida, o antenado James Murphy, que se diz um corredor, desenvolveu um remix que teria uma dinâmica para tal. Começa lentinha, sintetizadores rolando, vai aumentando o ritmo com um house com um pianinho. Depois começa a acelerar, cheia de barulhinhos, entra um baixo fortão e chega ao ápice já próxima aos 30 minutos de música, onde começa um desses hits de pista com um trumpete aloprado. Já próxima aos 40 minutos começa a parte chata do disco.Sintetizadors reproduzem um clima meio Tai Chi Chuan de relaxamento. Dá vontade de dormir. Obviamente, eu não testei a música em uma corrida, então não tenho como dizer se funciona bem pra isso. Mas em linhas gerais é bem divertida e dançante. Esse tipo de formato pode até vir a ser uma tendência daqui pra frente, com as empresas patrocinando discos. isso não me parece muito bom, mas fazer o que?
A música está disponível somente(!) no iTunes Store. :D

terça-feira, outubro 24, 2006

Professor Murder - Professor Murder Rides The Subway


Esse é mais uma banda da série nova-iorquina "Queria Ser o Gang of Four Mas O Rapture Já Tá Bom". A princípio, isso é até bastante saudável para uma banda nova em seu EP de estréia. Baixo e bateria marcantes, sintetizadores e vocais bem colocados e trabalhado. Como a banda não tem guitarras, tudo fica focado na bateria e nos baixos (normalmente com alguma distorção), fazendo uma cozinha consistente para um vocal que realmente parece Rapture. Apesar dessa impressão "já ouvi isso antes", os caras são bastantes competentes e fazem um som bem dançante. O disco passa em apenas 15 minutos, mas deixa um boa impressão. Principalmente se encontrarem seu próprio caminho.
Confira aqui.

PETIÇÃO PARA ALTERAR LEI DE DIREITOS AUTORAIS

Amigos,
depois de uma campanha ferrenha nos Estados Unidos contra os usuários de redes peer-to-peer, que permitem a troca de arquivos pela internet, foi iniciado no Brasil um processo semelhante. Semana passada a Polícia Federal já iniciou esse processo, com a prisão de algumas pessoas acusadas de disponibilizarem arquivos na internet. Como esse blog é mantido graças à essa maravilhosa tecnologia, sinto-me na obrigação de deixar aqui o link para o recolhimento de assinaturas para o envio ao Congresso Nacional de uma petição para a alteração da Lei de Direitos Autorais. No próprio site, vocês encontrarão mais esclarecimentos sobre o assunto.
Valeu.
Para assinar petição, clique aqui.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Califone - Roots & Crowns


Não tenho muita paciência pra ouvir esse povo folk americano. Porém, essa banda de Chicago tem pelo menos um "quê" a mais. As bases das músicas são aquelas de arranjos de violões e aqueles vocais suaves e sussurados. Até aí, nada de novo. Mas, ouvindo com atenção às canções dos caras se percebe pequenas nuances de sons e ambiências. Inserções eletrônicas e diversos arranjos de diversos instrumentos, como pianos, violinos, guitarras, marimbas e gaitas, revelam um trabalho bem meticuloso na composição das músicas. Muito bem produzido. O clima geral é suave e melancólico. Bastante gostosinho de ouvir. Mas ouvir de vez em quando. Afinal folk é folk, e vice-versa.
Pra conferir, clique aqui.

MSTRKRFT - The Looks


Projeto paralelo do baixista do Death From Above 1979, Jesse Keller, juntamente com o produtor Al-P. Fazendo a "velha" mistura do rock e o dance, o MSTRKRFT (Master Kraft para os íntimos) faz praticamente uma continuação do disco Discovery do Daft Punk. A fórmula é a mesma. Guitarras, batidão, sintetizadores e vocais com vocoder revelam um som robotizado. A referência em si não é ruim, já que este é provavelmente o melhor disco do Daft Punk, inspirado totalmente no estilo Kraftwerk de ser. As músicas deste álbum são bem animadas e dançantes porém, fica aquela sensação de falta de inspiração própria dessa dupla canadense. Contudo, no meio da pista ninguém vai ligar muito pra isso. O esquema aqui é esse mesmo: Shut up and dance!
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quinta-feira, outubro 19, 2006

Junior Boys - So This Is Goodbye


Diretamente de Ontário, Canadá, esse é o segundo disco desses caras. Com a saída de uma metade do grupo, Johnny Dark, que seria responsável pela parte rítmica do grupo, seu líder e vocalista Jeremy Greenspan faz um trabalho um pouco mais intimista, agora juntamente com o engenheiro de som Matthew Didemus. Em oposição ao trabalho mais electro-pop do primeiro álbum, Last Exit, este álbum apresenta batidas mais bem trabalhadas e diretas, e um vocal praticamente sussurado, marca de Greenspan, num som que se aproxima de minimal-techno-synth-pop (difícil isso, né não!?). Perfeito clima "lounge" de festinhas cool(!). Destacam-se o single In The Morning, que é a faixa mais "pegada" do álbum(!), e a cover de Frank Sinatra When No One Cares, em ritmo extra-lento. Um álbum bastante consistente e bem produzido.
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quarta-feira, outubro 18, 2006

Dj Shadow - The Outsider


Dj Shadow é uma cara conhecido no mundo da música por seus sets, que misturam uma vasta gama de estilos: Hip-Hop, Funk, Soul, Jazz, etc. Porém, este seu novo álbum, seu terceiro, parece ter ido longe demais. A mistura ficou um tanto bizarra e bastante desconectada. A primeira música de verdade, depois de uma introdução falada, é um funk das antigas. Legal. Depois uma série de hip-hops com rappers "famosos" (eu li em algum lugar que eles são famosos), como Lil John, Keak Da Sneak, the Federation e David Banner. OK. A partir daí a coisa desanda feio. Começa uma série de rockinhos indie bastantes ruins, com participações do Kasabian, de Chris James e Christina Carter. No final voltam os hip-hops, mas eles não conseguem mais salvar esse disco, pois eles também são somente ok. Enfim, o maior samba do crioulo doido ruim. Salvam-se poucas faixas, e mesmo assim nenhuma emociona. Se for isso que ele vai tocar por aqui no Brasil, vai ser osso.

Thom Yorke - The Eraser


Depois do chatíssimo álbum de ontem, tive que passar o dia ouvindo coisas boas pra melhorar o humor. Daí, resolvi escrever sobre um bom disco lançado esse ano, apesar do pequeno atraso. Esse é o primeiro disco solo do vocalista do Radiohead, Thom Yorke. Auxiliado pelo consagrado produtor Nigel Godrich(o mesmo do Radiohead), Yorke se baseia, quase que exclusivamente, na parte eletrônica do Radiohead. Usando bases mais sóbrias e de pouca variação, Yorke mantém o nível energético sobre controle, e não explode em nenhum momento desse álbum. Sua voz, sempre em tom bastante controlada e suave, navega sem tensão sobre as texturas simplistas de suas músicas. Na verdade, o disco foi gravado em apenas 6 meses, o que de certa forma, desculpa a pouca complexidade das composições. Apesar desse clima pouco vibrante do álbum, ele é impecavelmente bem produzido e tem músicas bastante gostosas de ouvir. Claro, faltoram aquelas guitarradas e mudanças de ambiências do Radiohead, mas esta experiência solo está longe de ser decepcionante.

terça-feira, outubro 17, 2006

The Hold Steady - Boys and Girls In America


Sabe quando se tem a impressão de ter feito a maior burrada. Pois é. Isso aconteceu comigo quando inventei, por conta própria, de ouvir esse disco. Esse terceiro álbum, desse povo de Nova Iorque, conseguiu encher minha paciência. Um rockinho desses meio de bar americano, com pianinho e tudo. Isso já é barango demais por si só. Porém, esses caras ainda contam com um vocalista chato, desses que contam estórias da vida e tal, e ainda canta descompassado da música. Está sempre à frente ou atrás do compasso da música, e com um tom que não parece estar de acordo com o resto. Sempre fica a impressão que tem algo errado acontecendo com a música. Além disso, existem os também tradicionais backing vocals femininos, que combinados ao vocal descompassado do cara, piora tudo. Suponho que deve ter muita gente que gosta desse tipo de coisa, pois o álbum recebeu críticas bastantes boas de vários sites respeitados por aí, como o Pitchfork. Mas eu não.
Confere aí.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Klaxons - Xan Valleys EP


Principal personagem do pretenso novo estilo chamado "New Rave" pela mídia inglesa, essa galera de Londres são a sensação do momento. É claro que a mídia inglesa deve ser a mais exagerada do mundo, vide o fenômeno Arctic Monkeys, por exemplo. Mesmo assim, o Klaxons faz um punk-dance bem legal. O som é mais ou menos um Rapture super rápido. A fórmula é bem parecida. Baixo e bateria bem marcados, guitarrinhas sujinhas e velozes, e refrões simples e fáceis. O ritmo é intenso e pesado, o que é a porta para a tal classificação de "New Rave". O Ep constam 3 músicas próprias, 1 cover de uma banda desconhecida, Kick Like a Mule(?), e dois remixes pra bombar nas pistas. O negócio é esperar pra ver a consistência dos caras. A seguir cenas...
Pra conferir, clique aqui.

Electric Six - Switzerland


Em 2003, com o lançamento de seu primeiro disco Fire, que trazia um rock/disco tosco com letras mais toscas ainda, muito se esperava dessa banda de Detroit. Porém, depois de um álbum mezza muzzarella mezza alice, Señor Smoke lançado ano passado, e a saída de quase toda a banda, o vocalista Dick Valentine(o único integrante da formação original que continua) não segurou a onda. Apesar do vocal vocais irreverentes e das letras toscas ainda persistirem, o som da banda regrediu a um hard-rock mais que comum. Os sintetizadores perderam força e as guitarras também, transformando-os em mais uma banda chatinha de hard rock da atualidade. Pelo menos o designer gráfico deles é legal!
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Ratatat - Classics


Formado pelo guitarrista Mike Stroud e pelo programador e multi-instrumentista Evan Mast, esse duo nova-iorquino faz um som que integra bases de sintetizadores e batidas eletrônicas com guitarras bem trabalhadas. Sem nenhum vocal ou coisa que o valha, a ambientação das músicas é a mais importante, uma vez que sua estrutura não segue o padrão dos refrões convencionais. Apesar de não trazer grandes novidades em relação ao primeiro álbum, Ratatat de 2004, Classics tem um clima um pouco mais suave e até tristonho. Muito bem trabalhado, faixa a faixa, o álbum tem uma unidade impressionante e poderia muito bem ser a trilha de um filme, por exemplo. As músicas fluem naturalmente sem nenhum sobressalto ou desvio, sem ser monótono. Quarenta e poucos minutos que passam suaves e tranquilos.
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sexta-feira, outubro 13, 2006

Gossip - Standing In The Way Of Control


Seguindo a linha do "rock para dançar", que notabilizou diversas bandas desde que o Rapture estourou com House Of Jealous Lovers, esse trio de Washington tem um grande diferencial. Sua vocalista, a corpulenta Beth Ditto, está mais pra uma diva do soul do que para vocalista de um banda de rock. Seguindo bases relativamente simples de sua banda, seu vozeirão soa até como um exagero. O álbum em si tem momentos empolgantes, como na faixa-título Standing In The Way Of Control, com seu baixo e bateria bem marcados e uma guitarra sujinha. Mas também tem momentos de dúvida, principalmente nas baladinhas bluezeiras Coal To Diamonds e Dark Lines. No final das contas, fica uma boa impressão graças à excelente voz da moçoila e as boas faixas dançantes do disco.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Brazilian Girls - Talk To La Bomb


O nome dessa banda é o típico nome "nada a ver com nada". Ninguém da banda é brasileiro, e somente a vocalista é "garota". Mas de fato, é ela que domina as ações da banda. Cantando em 4 idiomas diferentes, com uma voz extremamente suave, a italiana Sabina Sciubba imprime o tom pop/house de suas músicas. O clima do álbum tem um "quê" de Mediterrâneo, Hotel Côstes, usando nas batidas influências de bossa-nova e jazz. Lembram em vários momentos também Stereolab. Usam também batidas de electro, como na faixa de abertura Jique e na de encerramento Problem. Esse "ecletismo" é provavelmente a maior marca do Brazilian Girls, que se mostram bastante competentes passeando pelos diversos estilos. Mas fica só nisso.

Mouse On Mars - Varcharz


A dupla alemã, Mouse On Mars, faz um som que varia entre o IDM, o techno e ambient. Experimentam várias vertentes da música eletrônica atual. Esse álbum representa exatamente uma dessas vertentes. Gravado em 2004, juntamente com Radical Connector, mais pop e dançante, esse álbum explora um som mais hermético e pesado. Foi lançado somente agora em 2006, depois da dupla ter assinado com a Ipecac, do ex-integrante do Faith No More, Mike Patton. Jan St. Werner e Andi Toma, curiosamente, se conheceram em um show de death metal, e com certeza, sabem impor peso em suas músicas. Usando e abusando de diversos barulhos, distorções e batidas descompassadas e rápidas, o som por vezes fica bastante caótico, variando para momentos mais lentos mas não menos caóticos. No entanto, pra quem consegue ouvir o disco inteiro na sequência, ele faz todo sentido e segue uma linha de experimentação até o fim. Destaques para mais "tranquila" e até dançante I Go Ego Why Go We Go, para a pancadaria Düül e a faixa que fecha o disco, a "despirocada" Igniton Segments, que começa lembrando um samba e depois vai se desconstruindo.

terça-feira, outubro 10, 2006

Jet - Shine On


O segundo álbum, para bandas que estouraram com uma música de sucesso no seu primeiro álbum, parece ser um grande desafio para muitos. Parece que essa banda australiana, que embalou seu sucesso no rockinho Are You Gonna Be My Girl, se deu mal encarando seu desafio. Além da banda já ter uma irritante similaridade com Oasis, desde sempre, o álbum não traz nada de novo, ou pelo menos divertido nesse segundo. A banda se contenta em misturar baladas chatíssimas e alguns rocks com riffs pegajosos mas sem nenhuma inspiração. Pra falar a verdade, achei melhor que o álbum do The Killers, o que não é muito difícil.

Hot Chip - The Warning


Depois da sua estréia com o álbum, apenas correto e até chatinho, Coming on Strong em 2005, os caras do Hot Chip devem ter caído na real e resolvido fazer um som um pouco mais animado. Talvez pela entrada na DFA Records, que está sempre em cima de coisas legais, ou até mesmo influenciados pelo movimento "new rave", que dizem estar bombando na Inglaterra. Mas, na verdade, isso pouco importa. Os caras resolveram dar um upgrade nas batidas, nos sintetizadores e nos teclados, dando uma maior força às músicas. O vocal, que normalmente era feito em coro entre os dois vocalistas, Alexis Taylor e Joe Goddard, agora tem destaque para a voz mais suave de Taylor. Logo de cara, dá pra perceber a evolução do som. A primeira faixa, Careful, já começa com um batidão descompassado, que lembra até Aphex Twin(!), e o vocal de Taylor mais limpo. Mas o ponto alto do álbum está na faixa mais animada, Over and Over, que já é hit de pistas em Londres. Apesar de tudo isso, o Hot Chip ainda conserva seu estilo em algumas baladas típicas, como em Colours, Look After Me e a faixa-título The Warning. Nem tanto uma reformulação completa, mas uma, muito bem-sucedida, mudança de direção.

Uzeda - Stella


É muito difícil de lembrar de alguma banda de rock italiana que preste. Pois bem, o Uzeda é uma dessas raríssimas bandas. Vindos da Sicília(!), esse pessoal faz um noise rock de classe. Na estrada desde 1987, ele ficaram mais conhecidos por suas perfomances energéticas até serem contratados pela Touch & Go em 1993. Produzidos desde então pelo famoso produtor Steve Albini, o som deles se aproxima muito do estilo das várias bandas produzidas por ele, como Big Black e Shellac. Contando, porém com um difrencial importante,o vocal marcante de Giovanna Cacciola, que por vezes lembra muito o de Kim Deal (Pixies e Breeders). O álbum em si, o primeiro desde Different Section Wires(1998), continua a mesma pancadaria de sempre. Músicas vigorosas e rápidas marcam os 30 minutos do disco. Essencial pra qualquer fã de noise rock.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Beck - The Information

O Beck é um cara no mínimo irriquieto. Desde o seu começo de carreira, antes do sucesso de Mellow Gold e do hit Loser, ele já fazia suas experimentações por vários estilos de música. A cada álbum ele muda seu foco para um tipo de coisa. Depois de Mellow Gold e sua sequência pop em Odelay, saiu o álbum Mutations em que ele explora mais sua veia folk. Mais adiante um álbum com a idéia de ser uma trilha para festas, Midnite Vultures. Já em 2002, o álbum Sea Change de novo mostra sua face folk/country. Ano passado, com Guero, ele voltou a dar continuidade ao seu estilo Odelay, porém com a idéia de um trabalho "in progress", o que gera logo em seguida o álbum de remixes Guerolito. Dessa vez, apesar da própria capa ser aberta a criatividade do seu ouvinte, que pode colar como desejar adesivos que acompanham o álbum, parece ter um trabalho mais bem lapidado e fechado. Com a produção de Nigel Godrich (Radiohead, Stephen Malkmus) e a contribuição dos caras do Dust Brothers, o álbum parece trazer Beck de novo pra trilha certa. Destaque logo na abertura para a faixa Elevator Music, com um batidão suingado e vocal bem rimado, Cellphone's Dead e Nausea, um arranjo bem legal de violões e bateria. No final, fica a impressão de um Beck mais centrado no desenvolvimento de sua música, gerando um disco mais "sério" no entanto mais gostoso de se ouvir.

Sparklehorse - Dreamt For Light Years In The Belly Of A Mountain


Depois de um hiato de quase cinco anos, o Sparklehorse está de volta com mais um de seus álbuns bonitinhos e delicados. Personificado pelo problemático e depressivo compulsivo Mark Linkous, este álbum é uma mistura de músicas tiradas das sessões do último disco, com algumas faixas gravadas com o produtor Danger Mouse(Gnarls Barkley) e outras gravadas por Linkous em sua própria casa, onde ele tocou todos os instrumentos. Mesmo tendo esse perfil meio hermético, o álbum conta com diversas participações. Além do próprio Danger Mouse, temos os vocais de Sol Seppy em duas faixas, Tom Waits tocando piano em outra e a bateria de Steve Drozd (Flaming Lips) em outra. Porém, todas essas participações são totalmente absorvidas pelo som de Linkous. Mantendo a sonoridade de discos anteriores, a mesma viagem melancólica, o álbum não decepciona, apesar de ser inferior aos dois últimos discos It´s a Wonderful Life e Good Morning Spider. Música para dias chuvosos...
estive parado esta última semana por motivos de trabalho. mas essa semana estou de volta com força total...valeu.

The Killers - Sam´s Town

Depois da estréia "arrasadora" do seu primeiro álbum Hot Fuss, que contava com o hit Somebody Told Me, muito se falou dessa banda de Las Vegas. Com o grande sucesso de crítica e de vendas, o segundo álbum estava cercado de grandes expectativas. Porém, o que percebemos é que a banda parece um pouco perdida nessa volta. Além da remodelada visual de seus integrantes (agora todos de barba e roupas recém-saídas de algum brechó), tenta fazer um rock grandioso à lá U2, incorporando novos arranjos, inclusive de metais, e backing vocals meio David Bowie. Ora, juntar todas influências de uma vez só nem sempre dá certo, inclusive a chance de dar errado sempre é grande. E foi isso que aconteceu com esses caras. Ambição e pretensão se misturam, gerando um álbum homogêneo e chato, com direito a faixas de interlúdio e tudo. Sinceramente, não consegui destacar nenhuma música especificamente, muito menos gostar de alguma. Pretty boring...