terça-feira, agosto 21, 2007

Queens Of The Stone Age - Era Vulgaris

Desde o fim da década de 90, o Queens of the Stone Age se tornou um dos bastiões de hard-rock, numa cena musical onde cada vez menos o rock n' roll clássico está cada vez mais démodé. Aliás desde a banda que deu origem ao QoSA, o Kyuss, lá nos idos do início da década de 90. Esse álbum, especificamente, marca o segundo álbum da banda desde a saída do despirocado baixista Nick Olivieri (aquele que tirou a roupa no palco e foi preso no Rock in Rio). Desde então, o som da banda ficou claramente com a cara do vocalista e guitarrista Josh Homme. Pra quem já ouviu o clássico Songs for the Deaf de 2002, vai perceber claramente uma mudança sutil no estilo da banda. Porém, o mais importante dos caras é que eles estão aí pra tocar "roquenrôu véi". Sem a mínima inclinação pra seguir modismos da hora, Josh Homme vem mais uma vez com um som consistente e impecavelmente pesado. O disco é bem direto, e mesmo participações de Mark Lanegan (ex-Screaming Trees) e Julian Casablancas (Strokes), não são nem percebidas, tal a obstinação do cara em fazer o que ele disposto a fazer. E essa é realmente a maior qualidade do QoSA e do disco em si, fazer rock puro sem parecer datado e/ou pedante. Pra mim, essa é simplesmente a melhor banda de rock rock da atualidade. Muito bom!
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Para vídeo, aqui.
Esse é um vídeo antigo mas é clássico!

quarta-feira, agosto 08, 2007

Simian Mobile Disco - Attack, Decay, Sustain, Release


Saídos de uma banda de rock experimental chamada Simian, os DJs Simon Lord e Alex MacNaughton são, provavelmente, os produtores mais bombados no momento do Reino Unido. Só neste ano eles já produziram os álbuns do Artic Monkeys, do Klaxons e do Justice, os mais queridinhos da crítica britânica atualmente. Embalados nesse sucesso de produção, eles resolveram lançar um disco com músicas próprias. A idéia é um álbum bem dançante com elementos de house e electro, fugindo um pouco da onda do electro-punk-revival que eles mesmos produzem. Podemos dizer que eles fizeram um electro-house simples e bem legal. Destaque para o single "Hustler", cujo videoclipe gerou bastante polêmica na Inglaterrra,onde várias meninas se beijam numa festinha. Diversão garantida.
Para ver o clipe, aqui.
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Interpol - Our Love To Admire


Muitos pensaram (inclusive eu), quando do lançamento do seu álbum de estréia Turn On the Bright Lights em 2002, que essa banda nova-iorquina poderia ser nos anos a seguir uma das maiores bandas indie do mundo. O som gótico-esquizofrênico e dançante mais o vocal monocórdico à lá Ian Curtis (Joy Division) do líder da banda Daniel Kessler, indicavam um caminho bastante sugestivo para o estrelato. Porém, em 2004, eles lançam seu segundo álbum Antics, até então cercado de grande expectativa, e decepcionam. O som ficou mais obscuro e monótono, e o disco derrapou na curva. Mais pela expectativa que se tinha do que pelo som em si. O disco é bastante bom, mas faltou um certo sentido de evolução da banda. Mesmo assim, os caras conseguiram assinar com uma grande gravadora, a Capitol Records, e o que se esperava é que grande capacidade de produção eles pudessem deslanchar principalmente no sentido musical, e por consequência na sua popularidade. O que acontece é que esse disco lançado agora no último mês, é talvez uma decepção maior. Foram agregados novos arranjos, como pianos e violinos, mas o som não traz nada de novo em relação ao álbum anterior. Mesmo com todo o respaldo da gravadora, eles não conseguiram trazer de volta a vitalidade do primeiro disco. Parece que os caras não passarão muito disso que eles estão mostrando agora. De novo, não é um disco ruim. Muito pelo contrário é um álbum bastante ok. Daqueles bons pra se ouvir numa tarde cinzenta. Mas não passa muito disso.
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quinta-feira, julho 05, 2007

Beastie Boys - The Mix-Up



Depois do "retombante" fracasso de seu último disco To The 5 Boroughs de 2004, que pode ser considererado uma volta às raízes, com um hip-hop simples e direto, os Beastie Boys decidiram tentar uma mudança de direção. Como ninguém mais parece ter paciência de ouví-los cantar, eles decidiram tentar um álbum todo instrumental. Apesar de já terem lançado um álbum todo instrumental em 1996, com o glorioso The In Sound From Way Out, esse é o primeiro todo com músicas inéditas e feito com a intenção de ser instrumental do começo ao fim. As músicas do The In Sound From Way Out eram na verdade sobras de estúdios e jams sem compromisso usadas como interlúdio nos discos anteriores, como Check Your Head e Ill Communication. Dessa vez, a coisa é séria. Cada um no seu instrumento, além do tecladista Money Mark e do percusionista Alfredo Ortiz. O som, entretanto, não traz nada de novo. Jazz-Funk viajandão pra se ouvir em casa. Bastante competente por sinal, apesar de ser produzido com se fosse uma jam de estúdio qualquer. A curiosidade é uma música com o nome em português, chamada "Suco de Tangerina", homenagem dos caras ao Brasil e seus sucos naturais(!). No final, fica a impressão que os caras cansaram de ficar inventando moda. "Vamos fazer o que a gente gosta!", parece ser o lema. De certa forma, depois de mais de 20 anos de estrada parece ser bastante justo. Pra mim, tá valendo!

Digitalism - Idealism


Duo alemão querendo ser uma banda indie rock eletrônica. É basicamente essa fórmula usada pelos renomados DJs Jens Moelle e Ismail Tuefekci, que já remixaram músicas de vários expoentes da cena eletrônica mundial como Soulwax e Tiga. Reconhecidamente filhotes do Daft Punk, os caras lançam esse disco que na verdade é uma compilação dos singles gravados desde 2004. A idéia dos caras é tocar música eletrônica ao vivo com banda, e dar ao som uma pegada de rock. No disco, isso se reflete parcialmente, uma vez que temos momentos totalmente fritantes à lá Daft Punk com momentos bem dançantes com requintes de LCD Soundsystem. Mas, considerando que este é o primeiro álbum completo dos rapazes, parece que ainda vamos ouvir falar bastante deles. Nada revolucionário, mas bastante divertido.

quarta-feira, julho 04, 2007

Bonde do Rolê - Bonde do Rolê With Lasers


Bonde do Rolê é um trio curitibano que vem rodando o mundo tocando funk carioca(!). Descobertos pelo DJ Diplo quando da sua vinda ao Brasil, os caras agora lançam esse álbum pelo selo do próprio Diplo, Domino Records. Mas afinal, o que esses caras têm de diferente de qualquer outro MC de funk carioca? Pra falar a verdade, praticamente nada. O que chama a atenção é o fato dos caras serem uns branquelos vindos de Curitiba e usarem referências um pouco mais elaboradas que seus companheiros do Rio. Bases de rock, como Metallica ou Alice in Chains, além de letras com conotação gay são o diferencial de suas músicas. Fora isso, é a mesma presepada de sempre. Som divertido e feito pra dançar. Num baile funk no Rio, passariam batido. Sorte deles que esse tal de Diplo os descobriu.
Para conferir, clique aqui.

terça-feira, julho 03, 2007

The White Stripes - Icky Thump


Depois de um longo e tenebroso inverno, estou voltando, de novo(!), pra tentar tocar esse treco pra frente. Começando com o novo álbum do White Stripes, que foi lançado no mês passado.
Depois do seu último álbum Get Me Behind Satan muita coisa aconteceu com o White Stripes. Meg se mudou pra Los Angeles, Jack se casou com a modelo Karen Elson (em cerimônia feita em uma canoa na Amazônia) e mudou pra Nashville. Além disso, Jack White formou o Racounters, que se tornou um grande sucesso de crítica e público. Muitos pensaram que este pudesse ser o fim dos Stripes, até porque no Racounters Jack teria muito mais possibilidades de criação do que com a limitada Meg com sua bateria pra lá de básica. Entretanto, no começo deste ano eles decidiram se reunir, em uma maratona de 3 semanas, gravaram este novo álbum.
A primeira coisa que se percebe ao ouvir o disco, é um certo "retrocesso" da banda em termos musicais. O som está bem menos pop, sem hits instantâneos, como nos seus 3 últimos discos. O som voltou a velha raiz de rock simples e direto, namorando com o blues e o folk. Com seu estilo de guitarras à la Jimmy Page e seu vocal Robert Plant, Jack White continua sendo o Led Zepellin ambulante de sempre. Porém, podemos sentir algumas novas nuances no som da banda. Em muitas faixas podemos sentir guitarras bem pesadas, algumas soando como se fossem teclados. Em uma das faixas, "Prickly Thorn, But Sweetly Worn", há a inclusão de gaitas de fole em ritmos celtas, em outra, cover de Patti Page (cantora country-pop dos anos 50), temos metais nervosos estilo mexicano duelando com a guitarra, criando sonoridades pouco comuns ao estilo da banda. Talvez seja um disco em que os fãs estranhem um pouco o som da banda, mas parece ser o álbum mais bem trabalhado sonoramente, sem deixar de ser fiel a proposta de rock simples e direto que eles prezam desde o começo. Até na capa podemos sentir uma certa diferença na essência da dupla. Vestidos como uma verdadeira dupla country, os Stripes parecem sair um pouco da idéia cool-bauhaus que os acompanha desde o início. A música parece focada em detalhes mais sutis de produção sem afetar diretamente sua sonoridade, gerando um som mais pesado e denso. Com certeza, um álbum bastante mais maduro que os demais da banda, mas que continua sendo uma banda de rock ótima de se ouvir.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Bloc Party - A Weekend in the City

Esse é mais um álbum da série "álbums que vazam misteriosamente". Com o lançamento marcado para 5 de fevereiro na Grã-Bretanha, ele está na rede desde novembro em uma versão lo-fi e agora janeiro está disponível numa versão melhorada. Nem se sabe ainda, se esta será a versão definitiva do disco (rumores falam que seriam acrescentadas mais duas músicas). O fato é que eu não tô nem ligando pra isso, e vou, nessas mal traçadas linhas que se seguem, adiantar uns comentários. Pra começar, o álbum está bem diferente do anterior. Muito se esperava que os caras fossem manter o estilo rapidão e nervoso, que acabou conquistando milhares de fãs mundo afora. Porém, o disco está relativamente mais lento e bastante introspectivo, lembrando umas coisas tipo Keane. Pra ser sincero eles perderam o que eles tinham de melhor, que era o vigor e a animação das músicas. Diz a lenda, que isso é porque o vocalista Kele Okereke participou mais intensamente das composições desse álbum. Só que o problema que é que o cara é todo cheio de problemas. Além de ser filho de imigrantes nigerianos na Inglaterra, ser vocalista de banda indie, o cara diz estar com problemas com sua sexualidade. Aimeudeus! O resultado é um álbum mais fraco musicalmente, porém com temáticas mais "adultas". Pior pra quem gostou do primeiro disco dos caras. O disco não é de todo ruim, mas decepcionou um pouco.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Melhores 2006

Aí vai a listinha dos melhores discos do ano. Na verdade, tá mais pros discos que eu mais ouvi nesse ano. Lá vai, sem nenhum tipo de ordem:
  • Sonic Youth - Rather Ripped
  • Yo La Tengo - I Am Not Afraid Of You And I Will Beat Your Ass
  • The Knife - Silent Shout
  • Tv On The Radio - Return To Cookie Mountain
  • Hot Chip - Warning
  • Junior Boys - So This Is Goodbye
  • The Rapture - Pieces Of The People We Love
  • Cansei de Ser Sexy - CSS
  • Thom Yorke - The Eraser
  • Klaxons - Xan Valleys
  • She Wants Revenge - She Wants Revenge
  • The Rakes - Capture-Release
  • Placebo - Meds
  • Phoenix - Its Never Been Like That
  • Built to Spill - You In Reverse
  • Mono - One Step More And You Die
  • Sparklehorse - Dreamt For Light Years In The Belly Of A Mountain

LCD Soundsystem - Sound of Silver

Então...Sound of Silver é o nome do mais novo disco do produtor e co-fundador da DFA Records, James Murphy. O disco não foi lançado ainda, a data de lançamento é 12 de março(!). Nem tem capa ainda, mas já está à disposição na internet, nossa grande mãe.:D Esse é o segundo álbum oficial da banda, que além de Murphy conta nas apresentações ao vivo com a participação do baixista Tyler Pope (!!!/Out Hud), do guitarrista e percusionista Phil Mossman, da tecladista Nancy Whang e do baterista Pat Mahoney. Depois do grande sucesso do auto-entitulado disco de estréia, do hit "Daft Punk is Playing in my House", esse disco vinha cercado de bastante expectativa. A banda não decepciona nesse disco. Manteve seu estilo disco-punk sem deixar a peteca cair. O primeiro hit do disco parece ser "North American Scum", uma divertida crítica ao American Way of Life, assim como na balada que fecha o disco, "New York I Love You But You're Bringing me Down". Outro destaque é a faixa "Someone Great", que inclusive fez parte do disco da Nike 45:33, produzido pelo hypado Murphy. Muito gostosa de ouvir. O disco em geral, mantém um ritmo bem dançante e alto astral, muito indicado para festinhas para dançar. Diversão garantida.
Para coferir, clique aqui.

de volta!!!

Depois de um longo e tenebroso inverno, estou de volta! A idéia do blog continua a mesma: tentar trazer os lançamentos do mundo da música sempre em cima do lance. Nessa volta, já começo falando de dois discos que ainda nem foram lançados, mas já vazaram na internet. São eles o novo do LCD Soundsystem, Sound of Silver, e o novo do Bloc Party, A Weekend in the City. Depois vou tentar fazer uma listinha dos melhores de 2006, dessas igual todo mundo faz. Afinal essas listinhas são muito boas e eu também quero fazer uma. :D
"Enfim, cu no pau há". hehehe
Have fun!