terça-feira, julho 03, 2007

The White Stripes - Icky Thump


Depois de um longo e tenebroso inverno, estou voltando, de novo(!), pra tentar tocar esse treco pra frente. Começando com o novo álbum do White Stripes, que foi lançado no mês passado.
Depois do seu último álbum Get Me Behind Satan muita coisa aconteceu com o White Stripes. Meg se mudou pra Los Angeles, Jack se casou com a modelo Karen Elson (em cerimônia feita em uma canoa na Amazônia) e mudou pra Nashville. Além disso, Jack White formou o Racounters, que se tornou um grande sucesso de crítica e público. Muitos pensaram que este pudesse ser o fim dos Stripes, até porque no Racounters Jack teria muito mais possibilidades de criação do que com a limitada Meg com sua bateria pra lá de básica. Entretanto, no começo deste ano eles decidiram se reunir, em uma maratona de 3 semanas, gravaram este novo álbum.
A primeira coisa que se percebe ao ouvir o disco, é um certo "retrocesso" da banda em termos musicais. O som está bem menos pop, sem hits instantâneos, como nos seus 3 últimos discos. O som voltou a velha raiz de rock simples e direto, namorando com o blues e o folk. Com seu estilo de guitarras à la Jimmy Page e seu vocal Robert Plant, Jack White continua sendo o Led Zepellin ambulante de sempre. Porém, podemos sentir algumas novas nuances no som da banda. Em muitas faixas podemos sentir guitarras bem pesadas, algumas soando como se fossem teclados. Em uma das faixas, "Prickly Thorn, But Sweetly Worn", há a inclusão de gaitas de fole em ritmos celtas, em outra, cover de Patti Page (cantora country-pop dos anos 50), temos metais nervosos estilo mexicano duelando com a guitarra, criando sonoridades pouco comuns ao estilo da banda. Talvez seja um disco em que os fãs estranhem um pouco o som da banda, mas parece ser o álbum mais bem trabalhado sonoramente, sem deixar de ser fiel a proposta de rock simples e direto que eles prezam desde o começo. Até na capa podemos sentir uma certa diferença na essência da dupla. Vestidos como uma verdadeira dupla country, os Stripes parecem sair um pouco da idéia cool-bauhaus que os acompanha desde o início. A música parece focada em detalhes mais sutis de produção sem afetar diretamente sua sonoridade, gerando um som mais pesado e denso. Com certeza, um álbum bastante mais maduro que os demais da banda, mas que continua sendo uma banda de rock ótima de se ouvir.

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