quinta-feira, julho 05, 2007

Beastie Boys - The Mix-Up



Depois do "retombante" fracasso de seu último disco To The 5 Boroughs de 2004, que pode ser considererado uma volta às raízes, com um hip-hop simples e direto, os Beastie Boys decidiram tentar uma mudança de direção. Como ninguém mais parece ter paciência de ouví-los cantar, eles decidiram tentar um álbum todo instrumental. Apesar de já terem lançado um álbum todo instrumental em 1996, com o glorioso The In Sound From Way Out, esse é o primeiro todo com músicas inéditas e feito com a intenção de ser instrumental do começo ao fim. As músicas do The In Sound From Way Out eram na verdade sobras de estúdios e jams sem compromisso usadas como interlúdio nos discos anteriores, como Check Your Head e Ill Communication. Dessa vez, a coisa é séria. Cada um no seu instrumento, além do tecladista Money Mark e do percusionista Alfredo Ortiz. O som, entretanto, não traz nada de novo. Jazz-Funk viajandão pra se ouvir em casa. Bastante competente por sinal, apesar de ser produzido com se fosse uma jam de estúdio qualquer. A curiosidade é uma música com o nome em português, chamada "Suco de Tangerina", homenagem dos caras ao Brasil e seus sucos naturais(!). No final, fica a impressão que os caras cansaram de ficar inventando moda. "Vamos fazer o que a gente gosta!", parece ser o lema. De certa forma, depois de mais de 20 anos de estrada parece ser bastante justo. Pra mim, tá valendo!

Digitalism - Idealism


Duo alemão querendo ser uma banda indie rock eletrônica. É basicamente essa fórmula usada pelos renomados DJs Jens Moelle e Ismail Tuefekci, que já remixaram músicas de vários expoentes da cena eletrônica mundial como Soulwax e Tiga. Reconhecidamente filhotes do Daft Punk, os caras lançam esse disco que na verdade é uma compilação dos singles gravados desde 2004. A idéia dos caras é tocar música eletrônica ao vivo com banda, e dar ao som uma pegada de rock. No disco, isso se reflete parcialmente, uma vez que temos momentos totalmente fritantes à lá Daft Punk com momentos bem dançantes com requintes de LCD Soundsystem. Mas, considerando que este é o primeiro álbum completo dos rapazes, parece que ainda vamos ouvir falar bastante deles. Nada revolucionário, mas bastante divertido.

quarta-feira, julho 04, 2007

Bonde do Rolê - Bonde do Rolê With Lasers


Bonde do Rolê é um trio curitibano que vem rodando o mundo tocando funk carioca(!). Descobertos pelo DJ Diplo quando da sua vinda ao Brasil, os caras agora lançam esse álbum pelo selo do próprio Diplo, Domino Records. Mas afinal, o que esses caras têm de diferente de qualquer outro MC de funk carioca? Pra falar a verdade, praticamente nada. O que chama a atenção é o fato dos caras serem uns branquelos vindos de Curitiba e usarem referências um pouco mais elaboradas que seus companheiros do Rio. Bases de rock, como Metallica ou Alice in Chains, além de letras com conotação gay são o diferencial de suas músicas. Fora isso, é a mesma presepada de sempre. Som divertido e feito pra dançar. Num baile funk no Rio, passariam batido. Sorte deles que esse tal de Diplo os descobriu.
Para conferir, clique aqui.

terça-feira, julho 03, 2007

The White Stripes - Icky Thump


Depois de um longo e tenebroso inverno, estou voltando, de novo(!), pra tentar tocar esse treco pra frente. Começando com o novo álbum do White Stripes, que foi lançado no mês passado.
Depois do seu último álbum Get Me Behind Satan muita coisa aconteceu com o White Stripes. Meg se mudou pra Los Angeles, Jack se casou com a modelo Karen Elson (em cerimônia feita em uma canoa na Amazônia) e mudou pra Nashville. Além disso, Jack White formou o Racounters, que se tornou um grande sucesso de crítica e público. Muitos pensaram que este pudesse ser o fim dos Stripes, até porque no Racounters Jack teria muito mais possibilidades de criação do que com a limitada Meg com sua bateria pra lá de básica. Entretanto, no começo deste ano eles decidiram se reunir, em uma maratona de 3 semanas, gravaram este novo álbum.
A primeira coisa que se percebe ao ouvir o disco, é um certo "retrocesso" da banda em termos musicais. O som está bem menos pop, sem hits instantâneos, como nos seus 3 últimos discos. O som voltou a velha raiz de rock simples e direto, namorando com o blues e o folk. Com seu estilo de guitarras à la Jimmy Page e seu vocal Robert Plant, Jack White continua sendo o Led Zepellin ambulante de sempre. Porém, podemos sentir algumas novas nuances no som da banda. Em muitas faixas podemos sentir guitarras bem pesadas, algumas soando como se fossem teclados. Em uma das faixas, "Prickly Thorn, But Sweetly Worn", há a inclusão de gaitas de fole em ritmos celtas, em outra, cover de Patti Page (cantora country-pop dos anos 50), temos metais nervosos estilo mexicano duelando com a guitarra, criando sonoridades pouco comuns ao estilo da banda. Talvez seja um disco em que os fãs estranhem um pouco o som da banda, mas parece ser o álbum mais bem trabalhado sonoramente, sem deixar de ser fiel a proposta de rock simples e direto que eles prezam desde o começo. Até na capa podemos sentir uma certa diferença na essência da dupla. Vestidos como uma verdadeira dupla country, os Stripes parecem sair um pouco da idéia cool-bauhaus que os acompanha desde o início. A música parece focada em detalhes mais sutis de produção sem afetar diretamente sua sonoridade, gerando um som mais pesado e denso. Com certeza, um álbum bastante mais maduro que os demais da banda, mas que continua sendo uma banda de rock ótima de se ouvir.